Sons Aéreos e de Percussão
Os sons aéreos derivam da excitação direta do ar. A conversação, a música, os ruídos de tráfego, são exemplos de sons aéreos.
Os sons de percussão têm origem na excitação de um meio sólido (parede, pavimento). Derivam de uma ação de impacto. São exemplos deste tipo de sons o devido ao martelar, ao arrastar de móveis, à ação de caminhar, etc.
Bandas de Frequência
O ouvido humano médio tem capacidade de detetar sons com frequências situadas na gama de 20 Hz. No sentido de tornar exequíveis medições de níveis sonoros numa gama tão alargada, é normal efetuar as análises por bandas de frequências com uma largura pré-definida e normalizada.
No caso da acústica de edifícios, utilizam-se bandas de frequências entre 100 Hz e 5000 Hz. Os valores das frequências centrais e respetivos limites – inferiores e superiores – das bandas de frequências que se utilizam em acústica de edifícios (oitavas e terços de oitava), constam da seguinte tabela:
Tempo de Reverberação
O tempo de reverberação de um recinto fechado, para uma determinada banda de frequências, corresponde ao intervalo de tempo necessário para que o nível de pressão sonora, nessa banda, após ter sido interrompida a emissão de energia sonora, decresça de 60 dB. O valor do tempo de reverberação depende da frequência, da absorção sonora dos materiais que integram a envolvente exposta (revestimentos ou elementos definidores da compartimentação), dos objetos existentes no recinto fechado e do volume do recinto. A figura seguinte ilustra este parâmetro.
Nível Sonoro
O nível sonoro pretende traduzir a pressão sonora ponderada apercebida pelo ouvido humano, e é expresso em dB(A). Esta ponderação é feita de acordo com a seguinte expressão:
Nesta expressão, Lpi representa o nível sonoro em cada uma das bandas de frequências i consideradas na medição e Ci as correcções respectivas (malha A), as quais, para medições efectuadas por bandas de frequências com a largura de uma oitava, se apresentam na tabela seguinte.
Nível de Pressão e de Potência Sonora
Os valores das grandezas no domínio da acústica, nomeadamente a pressão e a potência sonoras, são expressos em termos dos seus níveis, considerados relativamente a valores de referência. O nível de pressão sonora, expresso em decibéis, é dado pela seguinte expressão:
Nesta equação, o quadrado do valor eficaz da pressão sonora, para um determinado intervalo de tempo t, definido por (t 2 – t 1 ), é dado por:
O nível de pressão sonora é normalmente determinado e apresentado por bandas de frequências com a largura de uma oitava ou de um terço de oitava, identificadas respetivamente pela sua frequência central nominal. No que respeita ao nível de potência sonora de uma determinada fonte ou equipamento, este é expresso em dB(A) e é dado pela seguinte expressão:
Onde W representa o valor da potência sonora da fonte ou equipamento. Os valores de referência integrantes das expressões anteriores são, respetivamente: para a pressão sonora – P ref. = 2 x 10 -5 pascais; e para a potência sonora – W ref. = 10-12 watts.
Comprimento de Onda
O comprimento de onda λ é definido pela distância entre duas cristas sucessivas de uma onda, ou melhor a distância percorrida por perturbação durante o tempo correspondente a um período. O comprimento de onda depende da velocidade de propagação C e do período Т da perturbação. É dado pela seguinte expressão:
O comprimento de onda é expresso em metros.
Velocidade de Propagação do som
A velocidade de propagação do som representa a velocidade com que se propagam as ondas sonoras. É um vetor perpendicular à frente de onda. De um ponto de vista genérico, esta velocidade é independente da amplitude da pressão sonora. Todavia é dependente das características do meio de propagação. Para condições correntes têm-se as seguintes velocidades para os meios de propagação indicados:
– Ar = 340 m/s;
– Água = 1460 m/s;
– Madeira = 1000 a 4900 m/s;
– Cimento = 4000 m/s;
– Aço = 4700 a 5150 m/s;
– Vidro = 5000 a 6000 m/s.
O Som no Ar
Os movimentos de um corpo em vibração, o funcionamento de aparelhos de rádio e televisão, os escoamentos de gases, etc., dão lugar a perturbações na atmosfera envolvente. Estas perturbações traduzem-se por contrações e dilatações de volumes de ar elementares, correspondendo-lhes respectivamente:
– uma alteração de pressão, que em repouso é a pressão atmosférica P0
– um movimento vibratório das partículas de ar
Propagando-se e atingindo o percepiente, estas perturbações impressionam o tímpano e em consequência o sistema de audição humano. Assim sendo, e em certas condições, está-se na presença de um som.
Para um determinado ponto A, a pressão total resultante corresponde à soma da pressão atmosférica P com a pressão devida às perturbações referidas, sendo designada por P(t). Nesta circunstância, define-se pressão sonora, P(t), a qual é função do tempo, t, a grandeza.